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Fachada Ocidental. Foto: Site Oficial |
Atração turística mais famosa da Île de La Cité e ícone da arquitetura gótica mundial, talvez a Notre Dame seja também o monumento que melhor resume a história de Paris.
Encomendada
pelo Bispo de Sully em 1159, teve sua pedra fundamental lançada em 1163, marco
inicial de dois séculos de trabalho que envolveu um verdadeiro exército de artesãos medievais, sob o comando de sete arquitetos.
A
igreja de Nossa Senhora (Notre Dame) foi testemunha de grandes eventos da
história da França, incluindo a coroação de Henrique VI em 1422 e a de Napoleão
Bonaparte em 1804, retratada na célebre pintura de Jacques-Louis David, exposta no Museu do Louvre.
A Coração de Napoleão - Musée du Louvre |
Durante a Revolução Francesa a
catedral foi depredada e rebatizada de Museu da Razão. Assim como ocorreu no Jardin des Tuileries, muitas
de suas obras de arte foram destruídas, como as estátuas dos reis de Judá,
decapitadas pelos revolucionários, ávidos por eliminar tudo aquilo que
consideravam símbolos da monarquia. As que existem hoje na fachada ocidental
são cópias.
É curioso observar como a evolução
humana segue uma trajetória pendular. Caminhamos assim, errando de um lado a
outro, oscilando entre excessos e extremos para tentar encontrar o equilíbrio. Penso que foi justamente por causa dessa característica humana, que, sob a bandeira das novas luzes, o furor revolucionário acabou por praticar
o obscurantismo, aniquilando obras inestimáveis da cultura de seu povo, e manifestando traços da mesma tirania que proclamava abominar.
Vieram dias mais ensolarados, e a
literatura de Vitor Hugo buscou inspiração na bela catedral para nos legar a
história do corcunda Quasímodo e da cigana Esmeralda, no clássico "Notre Dame de Paris",
publicado em 1831.
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Foto: Site Oficial |
Sob o foco arquitetônico,
destacam-se a Rosácea Oeste, o medalhão de treze metros de diâmetro retratando
a virgem Maria que ocupa o centro da fachada ocidental (frontal), rico em tons
de vermelho e azul; A Galeria dos Reis, logo abaixo da Rosácea, em toda
extensão da fachada, com as estátuas reconstituídas de que falamos há pouco; As
duas torres com as legendárias Gárgulas, estátuas proeminentes que reúnem a
função de desaguadouro, ao permitir o escoamento das águas pluviais, e de
elemento decorativo integrado ao contexto religioso, interpretado por vezes
como figuras protetoras, mas também como lembrança dos pecados humanos.
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Rosácea |
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Galeria dos reis |
O interior da catedral é de tal
riqueza que seria necessário um artigo somente para tratar dele. Prefiro usar
estas últimas linhas para falar do aspecto turístico. Para quem tem disposição
e bom preparo físico, é possivel a subida ao topo das torres, de 69 metros e
386 degraus. O horário é de 9:30 às 19:30 (23:00 h nos fins de semana de
verão). No inverno é de 10:30 às 17:30.
A estação de metrô Cité é a mais próxima da igreja.
Imperdíveis os concertos de
música clássica, todos os domingos às 16:30 h, tanto pela
excepcional acústica da nave central
quanto pelo centenário órgão da catedral.
Ao sair, não se esqueça de
visitar a Place Jean XXIII, atrás da
Notre Dame, uma das locações do filme Meia Noite em Paris, recente sucesso de Woody Allen nos cinemas brasileiros.
Site oficial, com as fotos que ilustram o post, história e
programação musical: www.notredamedeparis.fr
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