Chianti é a região da Toscana situada
entre Florença e Siena. Terra de rara beleza, brinda os locais e visitantes com
lindas paisagens, campos de oliveiras e vinhedos que parecem não ter fim, vilas,
monastérios e abadias medievais. Entretanto, na Toscana nem tudo remete ao
passado. É lá também que se encontram algumas das melhores vinícolas do mundo,
além de restaurantes de renome internacional, entre outras tantas pequenas e
deliciosas osterias, pérolas escondidas a serem descobertas pelos viajantes
mais atentos.
O
ideal é percorrer a região lentamente, sentidos abertos aos aromas, cores e
gostos que se revelam em cada trecho do caminho. A melhor época varia, segundo
os propósitos e preferências de cada viajante. Prefiro o outono, pela
temperatura agradável e por causa das cores que a paisagem assume, além de que
nessa época não se vêem por ali tantos turistas, o que facilita o deslocamento
nas estradas e o acesso às belas e variadas atrações.
Mapa da região de Chianti |
Há uma distinção entre Chianti e Chianti Clássico, importante sobretudo quando se fala de vinhos, porque existe grande diferença entre os produzidos na região do Chianti Clássico, que podem receber o rótulo atestando sua Denominação de Origem Controlada e Garantida. Aviso que essa é uma extrema simplificação da classificação dos vinhos de Chianti, a chamada disciplinare, sobre a qual podemos falar depois. O ponto essencial é o seguinte: Para que os vinhos ali produzidos possam ser denominados Chianti Clássico devem ter o mínimo de 80% da uva Sangiovese em sua composição. Essa regra rígida já foi motivo de controvérsias sérias entre os produtores locais, que acabaram dando asas à criatividade e partiram para novas formulações, novos blends ou cortes (misturas) de uvas, utilizando as uvas internacionais que deram fama sobretudo aos vinhos de Bordeaux, a Cabernet Sauvignon, a Merlot e a Cabernet Franc, algumas vezes em conjunto com a Sangiovese, outras não, para criar ótimos vinhos, alguns hoje muito famosos e caros, conhecidos no mercado internacional como SuperTuscans (Supertoscanos em português) ou IGT (Indicazione Geografica Tipica). Informação detalhada sobre a região e sobre a produção de vinhos se encontra em www.chianti.com, site dedicado a promover o turismo no Chianti. Boa fonte de informação é também o site do consórcio do vinho Chianti Clássico, www.chianticlassico.com
Como se trata de uma região rural, é fundamental estar "motorizado". Na minha opinião a melhor opção para explorar bem o Chianti é sair de carro de Florença e pegar a Via Chiantigianna, a SR 222 (Strada Regionale). Essa é a rodovia secundária que vai presentear o viajante com paisagens de tirar o fôlego, e vai te levar a lugares surpreendentes, dos quais, é claro, falaremos para os amigos do Tanino Doce .
Alugando carro em Florença, pode-se pegar o veículo no aeroporto, que é afastado da cidade, ou no Borgo Ognissanti, uma rua movimentada próxima à estação de trem Santa Maria Novella, onde se concentram as garagens de todas as locadoras de veículos. Por ser mais central, e portanto poupar o longo deslocamento até o aeroporto, preferi pegar o carro ali. Foi bom, porque dali até a saída da cidade é rápido e você já entra logo na SR 222, a Strada del Vino, ou Via Chiantigianna.
Pronto! agora, devidamente equipados, in machina, andiamo via! Pé na estrada rumo à Toscana profunda!
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